Nasci na
década de 80.
Cresci em
uma família simples, enorme e muito unida.
Preconceitos
existiam? Claro! Porém éramos abertos a todos!
Problemas
existiam? Evidente! Mas lutávamos para superar.
Mas nunca,
nunca deixamos de procurar seguir os valores humanos básicos.
Existem
vários tipos de valores: religiosos, étnicos, culturais etc. Esses, em nossa
família eram diversos e respeitados. Entretanto os valores humanos eram
cobrados por todos, em grau de igualdade.
Honestidade,
sinceridade, respeito, caridade, humildade e verdade eram a base da educação
que nós, os pequenos, seguíamos.
Trinta anos
depois me vejo em um mundo, uma sociedade virada do avesso.
Honestidade
é fato raro e festejado quando se vê.
(Peraí. Não
deveria ser obrigação?)
Sinceridade
é vista com hostilidade, como grosseria.
(Agora, para
não cometermos bulling, sermos acusados de preconceito, temos que ter muito
cuidado ao sermos sinceros, claro, guardando as devidas proporções de
respeito).
Respeito é
como um animal em extinção.
(Coitados
dos professores)
Caridade
virou moda.
(São
modismos que aparecem em ondas. Mas, não deveria ser uma extensão de nós
mesmos?)
Humildade é
falsidade. É carapaça, máscara.
(Hoje o
importante é Ter e Ostentar)
Verdade…
Cada um tem a sua, entretanto nunca é respeitada.
(A minha
verdade não é absoluta, mas tenho todo o direito de tê-la. Por favor,
respeite!)
Hoje existem
tantos nomes, enunciados, discursos e dicotomias que nos perdemos em devaneios
vazios.
Estudei em
escola pública, era tão pobre quanto os negros e pardos que era a maioria por
lá. E eles tinham a preferência. Por quê?
Ah, são
minorias…
Quem disse?
Só porque sou branca, pensa que nunca sofri nenhum tipo de preconceito? Eu não
fazia parte disso? Eu vivi na carne a minoria.
O governo
oferece migalhas com as cotas e o povo aplaude. Mas… E a educação? Essa desce a
ladeira sem freio…
Eu sempre
fui branquela, loira, gordinha e rosada. Como fui sacaneada! Hoje isso tem nome
e é um crime sério, o bulling.
Isso sempre
aconteceu, mas eu tinha valores, educação e amor, nunca sofri com isso. Nada me
abalava!
Minha avó
era a pessoa mais importante da família e a palavra dos mais velhos era lei!
Todos se uniam em torno deles. E hoje? Onde estão os nossos velhinhos? Os
aposentados fakes que, para sobreviverem precisam trabalhar, já que suas
aposentadorias são uma piada de muito mau gosto…
Fácil
estipular valores vergonhosos aos cidadãos quando se tem as burras cheias, não
acham?
Perdemos a
luta pela liberdade de expressão. Não para a ditadura, mas para as consideradas
ofensas morais…
Cuidado com o que você diz, eu posso te
processar!
As famílias
estão enfraquecidas.
O mal
psicológico do século graça livre.
Liberdade
virou libertinagem.
Os mais
jovens se acham os donos da verdade.
As lutas
raciais e de gênero passam como um trator por cima de tudo.
Ai eu
pergunto: e os valores humanos, onde foram parar?
Antes de
sermos homo, éteros, negros, brancos, cristãos ou agnósticos, somos seres
humanos.
Até as
perguntas se inverteram. Não me interessa o que você é (seu status, formação ou
sua conta bancária). Me interessa quem você é (que tipo de ser humano você é,
os valores humanos que carrega).
Hoje os
Direitos Humanos são para uma minoria. As oportunidades para quem tem QI.
O negro está
tão preocupado com o preconceito que este virou um monstro que o espera em
todas as esquinas, em todas as ações.
As verdades
são mascaradas (quem vai querer ser réu de um processo?), mas não modificadas,
como deveriam…
O que são
valores para você?
Desculpe-me
se minha postura agride. Desculpe se pareço hostil ao expor minhas opiniões.
Desculpe mesmo, mas essa sou eu. Não me escondo atrás de falsos rostos, não me
calo, sustento minhas opiniões e encaro minha verdade.
Estou
errada? Pode ser…
Convença-me.
Sou humilde
o suficiente para reconhecer meu erro e mudar de opinião. Isso não é fraqueza,
é busca. A eterna busca que me sustenta.
Não dou o
“bote”, não decepciono com falsas promessas, não escondo meus pensamentos, não
“bato palma pra palhaço dançar” e gosto de ser assim. E prefiro conviver com
pessoas assim.
Cada um dá o
que tem.
E você? O
que tem para dar?
Um comentário:
Que bom que voltou!!
Fiquei muito feliz! muito mesmo!
beijokas
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